Texto sem revisão
Capitão Serere fez sua opção. Cleomar e Ceres seguiram Severino que pensava que era Capitão bem as suas costas. Darci estava seguro em um pé de morro qualquer desde que não se aventurasse por banda estranha. Capitão sabia disso. E só faltava resolver a questão de como abordar Severino informando sobre Cleomar e Ceres.
Capitão Serere fez sua opção. Cleomar e Ceres seguiram Severino que pensava que era Capitão bem as suas costas. Darci estava seguro em um pé de morro qualquer desde que não se aventurasse por banda estranha. Capitão sabia disso. E só faltava resolver a questão de como abordar Severino informando sobre Cleomar e Ceres.
Severino caminhava depressa demais para forasteiros destreinados conseguirem segui-lo de perto. Sabia que já tardava a hora do seu encontro com luz divina, e para manter seu compromisso tinha que acelerar mais. Resolveu fazer novo caminho para mais rápido chegar, mas este mais difícil. Abriu trecho de trilha a peito nu entre espinhos e geringonças que pareciam estar dispostas a impedi-lo de progredir. Mas a demora nesse pedaço de terra perdida compensava pela estrada que logo se abriria a sua frente. Subiu um morrote e deslizou sem parar montanha abaixo como se destino certo tivesse de só parar em centro da terra junto com o Senhor das trevas. De tanto arranhão em sua pele e de tanto tombo nas nádegas, se não fosse de caráter firme e enérgico, certamente que teria chorado de desgosto por ver suas vestes desfragmentarem sem poder fazer nada.
Caminho difícil demais para qualquer um. Capitão optou por fazer outro quase que de retorno onde Darci se encontrava. Passando de banda pelo cativeiro de Darci chegaria depois, mas era só o que poderia fazer. Severino chegou finalmente quase em seu destino. Um rio seco de chão de areia branca, fofa e brilhante que a cada momento de sol que já aparecia ficava mais intensa, caminhou quase que correndo sobre essas paragens. Lugar magnífico, dizia Ken.
- Honorável amigo de vilarejo sossegado, tal estrada de areias quentes de águas sumidas existe sim. Como se fosse talhado em pedra dos dois lados com mais de dois metros de altura, largo, fazia um caminho sinuoso, mas bem definido por entre escarpas que pareciam ser esculpida a mão. Sua areia quente com o sol ardente traz quase que impossível à caminhada descalço. Lindo lugar para se ter à certeza de que se vai a algum canto. A natureza não poderia ser tão pródiga em fazer tal caminho para acabar em nada. Mas se viajante desavisado e cansado em final de trilha desanimasse, com certeza apenas veria um monte de pedras a sua frente. Depois de longa curva, vem uma reta que parece acabar em um paredão de pedra. Esse, não pode ter sido feito pela natureza. Duas colunas verticais e uma horizontal formam um grande portal com um fundo de pedra que parece ser o fim. Mas fim de que? Ken sabe! Mas Ken pode dizer? Será? Hihihihihihhhiii... Espere e verá...
Severino já conhecia essa entrada e essa trilha a muito, mas sabia que para se chegar lá era um caminho muito difícil. Por isso raramente o usava. Cleomar e Ceres estavam acompanhando o caminho de Severino a duras penas. Mas com sacrifício e perseverança de gente determinada acabaram por chegar no rio de areias claras. Ficaram admirados com a paisagem.
- Ceres, santa pessoa, que lugar, que honra poder estar em estrada de Santa Conceição.
- Cleomar! Pare de delirar de novo, vinha bem até aqui. É só uma garganta estreita com areia no fundo.
- Que nada, é a entrada para o paraíso...
E ficaram por algum tempo mais admirando o local que esbanjava esplendor que praticamente andando no encalço de sua presa. Por fim, a muito custo chegaram ao final da trilha.
- Mas o que é isso Ceres?
- Calma, não vamos nos desesperar. Parece ser só um paredão no final.
- Pois é, mas como sair daqui sem voltar? Vê marcas de Severino no chão indicando que retornou?
- Não, como pode. Atravessou a parede.
- Não delira Cleomar. Ninguém atravessa paredes de rocha, não ainda.
Mas foi o que aconteceu. Sentados a uns 10 passos de distância do rochedo, deixaram a maravilha do lugar invadir suas almas. Acostumando com a paisagem, parecia que se deformava a cada instante. E o inesperado e inacreditável aconteceu. As sombras começaram a se fundir e onde parecia apenas uma rocha começou a tomar outras formas. Eram ilusões de ótica que o local proporcionava. E em breve notaram que seria mais do que possível transpor a pedra. Afinal, sombras e detalhes enganam os olhos. Aproximaram-se e encontraram a tão sonhada passagem. Entraram.
Severino quando penetrou pela gruta, foi direto andando pelo labirinto de rumo certeiro. De tanto andar por ali, cada vez um bocado, já tinha elaborado um mapa em sua cabeça. Conhecia como ninguém cada câmara, cada sala. Dirigiu-se para uma em especial que ficava em alguns níveis mais para cima. De tamanho descomunal era uma sala redonda com uma fenda no teto que parecia ter sido cortada por serrote de dez braços de força. No centro um altar com pedra polida como base. E em baixo uma caixa de pedra que guardava um imenso tesouro. Um crânio de cristal em tamanho natural, lindo e perfeito. Quem poderia ter feito aquilo não se tem idéia, nem mesmo Ken sabia, mas desconfiava.
- Honorável amigo de santa história. Agora chegou a hora de saber de coisas que até aqui desconhecia. Sem muito jeito para rodeios, vou ser mais relator que autor. Nessas terras de ninguém a muito se conta histórias e lendas de um povo que em épocas remotas poderia ter vivido nesse local. Eles eram chamados de Caparaós. Mas essas colinas e morrotes e serras tem tantas histórias que nem sei por onde começar. Acho melhor, ser pelos Caparaós mesmo. Se andar pelas entranhas dessas grutas, vai encontrar como Severino encontrou, restos mortais em forma de esqueletos, muito antigos. Diz a lenda que Tamandaré que era o povoador da terra e seus familiares para fugirem da grande catástrofe que inundou toda a região, refugiou-se em terras mais altas. Tamandaré teve vários filhos e filhas e entre as meninas uma de causar inveja aos homens. De cabelo muito negro e dentes alvos se destacava pela beleza. Mas essa beleza teve um preço. Certa vez surgiu no povoado uma estrela brilhante com cores variadas, que soava tons melódicos e agradáveis. A população da época ficou deslumbrada com toda a harmonia que reinava na tribo. Mas, os visitantes da estrela brilhante, não deixaram de notar a beleza da jovem. O líder resolveu ficar com a filha de Tamandaré. Mas este, por sua vez, a tinha prometido ao Deus Rudá. Grande e admirável amigo Rudá, que abençoa os corações dos homens, dando-lhes a dádiva do amor. Sua filha esguia e rápida, na mata se escondia, perseguida sem piedade e já não vendo saída pediu a Rudá proteção. Esse, por sua vez atendendo ao pedido e vendo o desespero da jovem a transformou em pedra, que pode muito bem ser vista até hoje em forma de montanhas deitada com os seios para cima. Se essa tribo mais tarde se transformou em Caparaós não sei, nem preciso, tanto faz. Já passou. Mas para Severino e principalmente Capitão, é imprescindível adorável amigo.
De Severino Conceição, posso dizer que sabia muito bem o que fazer com o crânio de cristal. Colocava o mesmo, em cima da laje polida em uma base que perfeitamente se encaixava com o crânio. Exatamente às 12 horas de cada dia, o sol estando mais a pique, reentrava pela fresta do teto da gruta diretamente sobre o crânio. Esse ao absorver a luz a multiplicava em milhares de feixes coloridos para o seu interior. Ao olhar a têmpora de tal crânio, podia se ver imagens perfeitamente compostas de símbolos e coisas que mais pareciam hieróglifos. Santo Crânio abençoado. A cada dia, com a luz em certo grau, mas com certeza, diferente, mostrava e formava uma imagem diferente. Virando-se o crânio pela base, as figuras mudavam. Bastando para isso o operador entrar em contato físico com o crânio. A cada dia sete de cada mês, Severino andrógeno, visitava o local e operava o crânio. Mas desta vez, teria uma grata surpresa.
- Cleomar! Sabe para onde esta indo? Esta ficando mais escuro que breu.
- Sei sim, basta andar e em algum lugar chegamos. Santa Conceição não nos deixará afoitos nesse escuro.
- Calma, desse jeito em lugar nenhum chega.
O interessante é que quanto mais andavam mais as galerias pareciam que iam ficando mais iluminadas. Aos poucos o breu foi se transformando em um tom acinzentado, passando para um azulado e finalmente uma mistura de azul com bordo. O que proporcionava uma visão não muito clara, mas perfeitamente considerável. Não tinham a menor idéia de onde estavam e nem para onde rumavam. Apenas andavam, andavam em silêncio é verdade. Mas andavam...
- Honorável e admirável amigo das causas curtas. Tem sempre lembrado de tudo. Mas ainda tem muita história para contar. Não quero que isso se torne um imenso calhamaço de papel bem escrito. É preciso ter sempre mais conteúdo do que volume. De nada adianta muita coisa de pouca valia. Vamos ver, segurando em sua mão conto o que aconteceu com o Capitão do mato. Verdade é que ele mesmo nunca vai dizer. Nem pode. Ninguém iria acreditar mesmo? Mas o fato é de que seu pai, guerreiro da tribo dos Tupiniquins, saiu em caça por essas paragens há muito tempo, quando ainda a coragem se misturava com teimosia. Alias, coragem de nada adianta sem conhecimento. Andaram por tudo quanto é canto em busca de boa caça. Como estava escassa, foram muito além de portal onde se conhecia. Atravessando montanhas ao longe encontraram uma tribo de mulheres que apenas uma vez por ano deixavam os homens entrarem na lua cheia para a festança. Três dias de grande festejo. Deram sorte de serem os escolhidos e estarem por lá naquela ocasião. Durante esses dias eram convidados a reprodução. Maneira que a tribo achava para não entrar em extinção. Os homens como sempre, ganhavam uma pedra trabalhada para usarem como amuleto. Os filhos gerados nessa festança, se homens eram devolvidos ao pai que se comprometia em retornar após o nascimento para uma segunda festança que nunca existia. Se fosse uma menina, de certo que o pai nunca mais a veria. E seria iniciada como guerreira da tribo. Capitão do mato, não era filho de Caparaó como dizia. Era sim filho dessa tribo que nunca ninguém viu. Pobre Capitão, sem mãe. Só contava a ele mesmo sua sorte. Andava pelas matas em busca de rastros e de vestígios que pudessem leva-lo a origem de tal tribo. Nunca achou nem sequer pequena trilha de indícios. Até na gruta se emaranhou diversas vezes e nada encontrou, apenas túneis que nunca teve coragem de andar por estar demais fundo.
Propaganda boca a boca, avise os amigos.
Toda terça-feira, um novo capítulo.
Capítulo interessante!
ResponderExcluirOla Galera meu Nome é Thiago Alexandre e em parceria com um Socio Anonimo Criamos e Estamos Desenvolvendo um Microblog (Rede Social) GLS.
ResponderExcluirMeu COnvite é que Conheçam Façam Cadastro e Ajude-nos a Divulgar e Fazer a Galera GLS ter um Lugar de maior destaque no meio Social...
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