Texto não revisado... correções serão bem vistas...
Severino Conceição que já não acreditava muito em coisas do além, teve uma surpresa muito grande quando pela primeira vez, viu Ken. Foi em uma de suas andanças pelos interiores de Rio Acima. A cada mês, destinava três dias de sua vida a uma longa e solitária caminhada pela mata, ou pelo o que restava dela. Em pleno jejum, dizia não comer nada. Saia por volta da manhã do dia seis de cada mês regressava sempre no dia oito pela tarde. Nunca falhava e não existia bom ou mau tempo que o intimidasse. Os habitantes de Conceção dos Altos ficavam intrigados com essas fugidas de Severino Conceição. Alguns diziam que Severino havia encontrado o paraíso tão sonhado e todo mês ia fazer uma devoção à santa.
Severino Conceição que já não acreditava muito em coisas do além, teve uma surpresa muito grande quando pela primeira vez, viu Ken. Foi em uma de suas andanças pelos interiores de Rio Acima. A cada mês, destinava três dias de sua vida a uma longa e solitária caminhada pela mata, ou pelo o que restava dela. Em pleno jejum, dizia não comer nada. Saia por volta da manhã do dia seis de cada mês regressava sempre no dia oito pela tarde. Nunca falhava e não existia bom ou mau tempo que o intimidasse. Os habitantes de Conceção dos Altos ficavam intrigados com essas fugidas de Severino Conceição. Alguns diziam que Severino havia encontrado o paraíso tão sonhado e todo mês ia fazer uma devoção à santa.
Quem de verdade sabia melhor do que ninguém essa história era Ken. Em suas andanças veio parar na encruzilhada de Brejo Seco. Onde essa história parece sempre começar e retornar. Nessa encruzilhada, não conhecendo as paragens, sentou e descansou por algum tempo. Encontrou um transeunte que acabou lhe contando toda a história de Conceção dos altos, e seus personagens. Deslumbrado com as façanhas do vilarejo resolveu conhecer de perto.
Andando discretamente pela cidade, não foi difícil detectar a presença de Ceres, Severino e Darci. Mas Severino foi quem mais lhe chamou a atenção. A Severino passou a acompanhar diariamente e mais fácil ainda foi descobrir o que fazia em suas andanças pela mata hostil e emaranhada de Rio Acima.
Severino Conceição saía para sua caminhada apenas com os trajes do corpo. Ninguém nunca se atreveu ir ao seu encalço para ver em que “banda” ia dar. Isso era mais um enigma da cidade que ninguém se atrevia a perguntar. Severino sempre desviava do assunto e dizia que não importava e era para cada um cuidar da sua própria vida.
Ken também ficou muito intrigado com as atitudes de antes e depois de cada caminhada de Severino Conceição. Em certa manhã, Ken resolveu que já estava na hora de descobrir o que o ilustre morador de Conceção dos Altos andava aprontando. Sorrateiramente, saiu em uma perseguição anônima. Severino Conceição, como sempre fazia, se dirigiu para o norte. Até certo ponto, todos os habitantes daquele lugarejo sabiam que Severino passava. Mas do Penhasco da Morte para frente, nunca ninguém se atreveu a passar.
Penhasco da Morte como o próprio nome dizia, era perigoso. Uma pequena trilha que subia por um grande monte de pedra, com desfiladeiros imensos, era a marca registrada desse lugar. Seguir alguém por ele, só mesmo Ken para conseguir. Um escorregão, uma desatenção por menor que fosse e pronto, já era motivo suficiente para nunca mais se poder voltar. Severino subiu e desceu o penhasco, atravessou uma grande planície e se emaranhando cada vez mais pela mata, quase estava impossível de ser seguido de tão longe. Mas Ken, astuto e experiente colhedor de arroz, usou de todas as suas habilidades para perseguir o forasteiro. Depois de uma noite mal dormida em solo duro, a caminhada prosseguiu. Por volta do meio dia não é que Severino Conceição chega a um fantástico local. Um pequeno altar com a imagem de Nossa Senhora da Conceição em uma gruta que aparentava ser rasa. Mas ao se aproximar, percebia-se que de rasa não tinha nada. A primeira câmara era redonda, em suas laterais saíam túneis baixos em todas as direções. Um verdadeiro labirinto. Mas Severino Conceição sabia de verdade onde estava andando e se enfiava caverna adentro sempre aparentando muita certeza do que queria.
Ken entrou na caverna. Mas, escura e fria acabou se perdendo. Andava de um lado para o outro sem conseguir saber de verdade onde estava. O interessante é que como ele relata, parecia sempre que existia uma luz no final de cada túnel. O que o fazia andar em direções diversas em busca de uma saída. Mas no final do imenso corredor o que se encontrava eram outras galerias, cada qual com mais um punhado de túneis levando as novas galerias.
Ken, se vendo em circunstância amedrontadora, clamou por ajuda e passou a gritar por pedido de socorro. Severino tomou um susto quando de dentro de uma das galerias escutou o bramido. Respondeu ao chamado, mas não conseguia localizar de onde vinha o pedido. Conhecendo muito bem o local não foi difícil localizar Ken, que ficou surpreso.
De fato, Severino teve que deixar seus afazeres para atender a Ken. Este depois de salvo passou a se apresentar, e pelo resto do dia conversaram muito, coisas que eu e você de imediato não entenderíamos. Mas, o que mais interessa, é saber que a cada viagem, Severino voltava mais aliviado, melhor, mais forte. Mais consciente das coisas que deveria fazer. Ken adorou tanto o que viu, que prometeu não contar nada a ninguém.
Mas esse fato na cidade era um verdadeiro enigma. Ceres estava mais do que certo de que o paraíso estava escondido por aquelas paragens e estava disposto a encontra-lo. Esse era o seu maior pensamento. Coragem para enfrentar a mata não tinha, mas se alguém fosse junto, há... Daí seria diferente. Ceres passou a especular com Cleomar o que acontecia nas viagens de Severino. Cleomar não tinha como saber, embora tivesse grande curiosidade.
Em uma conversa mais atenta com Cleomar, Ceres acaba o convencendo a seguir Severino a partir de trás do penhasco da morte. Como todos sabiam que a subida e descia do monte era imprescindível, esperariam escondidos na planície por Severino. E assim fizeram, mas se deram muito mal. Severino com passo mais ligeiro que uma mula desembestada, não foi páreo para os dois negligentes. Antes que descem conta do que estava acontecendo, se embrenharam de tal forma na mata que de lá não mais conseguiam sair. Nem sinal de penhasco, nem nada, apenas sol, e mata fechada e seca. Andaram por muitas léguas, sem direção e sem caminho certo. Trilha já não tinha mais aberta. Enroscavam-se em cipós e galhos espinhosos. Arranhados, doloridos finalmente deram conta do fato ocorrido. Estavam perdidos. A noite caiu e com ela o medo e a incerteza de se não ter mais forças para o retorno. Pouco alimento e pouca água para eles restavam. A morte, lenta e gradual parecia ser a medida certa para ambos. Que horror, que façanha, tudo um grande erro.
Se chegou até aqui é por gostra da estória... não seja egoísta, avise os amigos
Toda terça-feira e quinta-feira um novo capítulo
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