terça-feira, 26 de julho de 2011

Capítulo 15

TExto não revisado.


Na madrugada do dia da perseguição implacável de quase toda uma cidade em busca de roteiro desconhecido de Severino, já se podia apreciar um certo movimento em algumas casas da redondeza de Brejo Seco. Quase toda família, tinha pelo menos um parente com essa idéia.
Severino saiu como sempre. Desta vez, apenas parecendo só. De muito, Cleomar e Ceres já estavam na mata, por baixo do penhasco aguardando o momento em que Severino iria passar.
Deorani postou-se mais além do penhasco da morte, jogando com a sorte para de certo esperar por Severino.
Darci foi atrás, e muita gente atrás de Darci. "Eta confusão arretada que estava para desenrolar".
Só faltava Santo Padre. Mas esse de bem longe se encontrava a salvo, em busca de explicação para fato inesperado que foi a tragédia da festa.
Cleomar, nervoso que estava, não parava de falar:
  • Ceres, ainda bem que resolveu comigo participar nessa empreita de Deus. Agora percebo o que estamos de verdade fazendo. Sabe o que é de melhor? Aqui posso até cozinhar água que dá certo. De tanta fé que tenho em nosso destino posso cozinhar água até ela virar um empelo. Posso mesmo. Minha fé pode tudo. Inclusive se quiser, providencio gelo, isso mesmo, para de resto fazer um empanado que você nunca pôde provar por falta de fervor em coração já dormido. Frito cubos empanados em banha de porco fervente, depois dou para você provar. Vai ver que tem gosto de gelo, e mesmo em cozimento acelerado, não vai desmanchar nunca. Essa é a minha fé gente tola.
  • Cleomar, santo Deus, cale a boca. Não vê que mesmo tendo toda essa fé que admiro, se fizer barulho demais vai dedurar nosso embuste? Aqui em mata fechada, qualquer som diferente pode ser percebido por ouvido não muito treinado. Quer dar de baixa em todo sacrifício já feito? Cale-se. Por Deus, cale-se.
Antes dessa mobilização da população no encalço de Severino, aconteceram alguns fatos que valem a pena serem descritos, conforme o próprio Ken afirmava.
  • Honorável amigo de calças. Às vezes digo, não sou eu que estou pego na caneta, por isso presta bem a atenção no que descrevo de coração aberto para essa história não ser perdida de interesse e nem de coerência. O caso é que Cleomar e Ceres precisavam de uma distração, para a sua perseguição. Sabiam muito bem, que ninguém na vila se atreveria a fazer tal coisa. Muito pelo contrário. Resolvendo de bom agrado dar uma ajudinha para que interesse fosse despertado de maneira a fazer com que todos ficassem cobiçados pelo caminho da Santa. Uma distração era o que pretendiam. E de certo modo conseguiram. Tinham agora todo o tempo do mundo para se colocarem melhor, enquanto, gente da vila, com barulho, sempre fazendo muito, encobriam os seus próprios e a certeza de não serem descobertos por Severino era mais forte ainda. Acontece que dia anterior à caçada, Cleomar armou mais uma das suas. E desta vez com o amparo de Ceres. Essa dupla muito dinâmica mesmo. Hihihihihi... Até parece que vai dar certo desta vez, mas pior que pela primeira vez, parece que deu mesmo. Ceres foi até a casa de Deucídio em noite anterior dar o seguinte recado:
  • Deorani mandou dizer que você não está muito certo do que diz. Onde já se viu isso. Cleomar inventa um monte a respeito de cabra arretado e nada acontece. Eu vou ao encalce de Severino. E se não tem coragem para desfazer mal entendido, só mesmo enfiando a cabeça no meio das pernas. Se for de honra, cruze a linha da verdade e de esguio pega Severino com a boca na botija. Esse sim foi quem inventou toda história e fez com que Cleomar desse esse furo com a família de homem de bem. Vai deixar Severino assim? Desmascarar Severino é sua chance de vida certa e honra lavada daqui para sempre.
  • Por sua vez, Cleomar seguiu rumo a casa de Deorani levando recado inventado de Severino:
  • Deorani! Já conhece pessoa de Severino e sabe muito bem que não é de brincadeira. Justamente estou aqui para isso. Avisar você que a cada dia esta pior para você. Agora Severino esta dizendo que se pega alguém em seu encalce durante madrugada de dia de caminhada, mata. Não quer ninguém de pé atrás. Ainda indagou com sua grossa voz, quando alertado pelo perigo de sua pessoa armar embuste na certeza de vingança, que se tem alguém que foge de medo de terra distante e cheio de rumores é vós.
  • Na mesma noite Ceres ainda passou em casa de Darci e em particular falou:
  • Darci Sebastião, pessoa de semblante dourado. Aqui fica meu atento, pois gosto de família embora saiba que não é recíproco. Mas, de ordem que tenho com a natureza, não posso deixar de interferir, quando o assunto é mais que sério, e ainda por mais saber que vida de Cleomar, grande pessoa que sempre me auxilia, corre perigo por tabela. Explico que se Severino, quem mais protege Cleomar for de forma letal subsidiada, não resta dúvida que próximo com certeza será Cleomar. Não tendo recursos para impedir tal fato que corre pela cidade esta noite, que tenho escutado atrás de muro, venho até pessoa de estima incomparável fazer solicitação de que se aproxime de Severino pelo menos esta vez, e de cobertura de gente que pode querer vingança. Esse é meu pedido. Se interessar salvar família de mal certeiro, melhor agir antes de amanhecer para segurança de pessoas amadas da família não entrar em risco.
  • Cleomar segue a casa do Capitão, Serere para dar seu recado também.
  • Caro Capitão! Sabe muito bem que a muito, família minha corre por estar sempre na boca de provocação de Deorani. Sabes o que tem de melhor agora? Escutei boato em casa no vilarejo de fora, de que tal pessoa jurou vingança pelas entradas de Severino e que o iria arretar pé em dia de caminhada, para trajeto de urubu rei no dia sete. Dessa forma, Severino ajuntado de ódio certeiro, vai hoje em noite de lua clara calar para sempre Deorani. Não quer mais correr risco de vida incerta. O problema, diz ele, vai ser resolvido a sua moda, e como todo mundo sabe que vai para a mata nesse dia, de certo ha de ser um bom álibi também. Justo, assim peço, faça algo para que não aconteça nada com Severino. Julgue certa a verdade que lhe conto e siga em busca de Darci que já está em estado de desespero, querendo se meter em história à custa de nada. Vai que acertam de uma só vez a família quase que toda. Faz algo pela paz de Santa Conceição.
  • E assim, caro honorável amigo de cabelos curtos, a confusão só estava por começar. Um vai e vem a noite inteira mobilizava a cidadela embusteada na mata. Luzes acendiam e apagavam. De certo, ninguém dormia na noite de derradeiro espanto.

    Avise os amigos, por favor.
    Toda terça-feira e quinta-feira, um novo capítulo.

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