terça-feira, 14 de junho de 2011

Capítulo 4

Texto não revisado... correções serão bem vistas... 

Só para terem uma idéia de como era o comportamento de Cleomar, anuncio aqui uma de suas passagens mais notórias. Não que as outras sejam de menor importância, mas essa em especial como poderão notar, dá toda as características da personalidade mais do que maluca de Cleomar.
Certa vez, Cleomar cismou que era uma pessoa de muita importância. Vivia andando para baixo e para cima a esmo, indagando a todos quais os seus piores problemas. Para isso ele teria uma solução, é lógico, com a devida autorização da pessoa danada. Bem, em certa manhã, totalmente mais do que atacado, estava com uma baita dor de barriga. Não saiu de casa naquele pedaço de dia. Estava amargurado. Em seus pensamentos apenas a questão de que tinha que resolver os problemas da humanidade, principalmente um, que o atormentava a todo instante. “Se a maioria das pessoas somente pensam asneiras o tempo todo, isso faz com que elas mesmas se danem toda. Não seria melhor então não permitir que pensassem?” E nisso meditava, meditava até não conseguir pensar em mais nada. Pensava em como conseguir uma distração para que as pessoas não pensassem mais em coisas que de verdade apenas traria mais complicações para a própria pessoa. Nisso, sentindo fortes dores de barriga, correu para o banheiro. Cleomar sentado no vaso sanitário pensava, mas não obtinha resposta. Nisso, esvaziando seu intestino, sentiu uma presença estranha se aproximando da porta do banheiro. Pela fresta da porta viu uma sombra. Era um serviçal da casa. Que ao bater na porta, exclamou: “Cleomar, acabei de limpar o banheiro, e ainda não coloquei o rolo de papel higiênico. Alias, não tem aqui na casa, tem que ir comprar”. Cleomar revoltado respondeu aos gritos: “Isso não se faz a uma pessoa na minha posição”. No resto do dia, saiu repetindo pelas ruas da pequena cidade essa mesma frase. Os transeuntes ficavam curiosos para saber o que poderia ter acontecido. Mas ele não explicava e apenas fazia um tremendo dramalhão.
Ceres e Cleomar tinham muita afinidade, e num momento de lucidez de ambos a história de como Ceres veio parar em Conceção dos Altos foi contada e entendida.
Aconteceu o seguinte. Cansado da vida da cidade, sem conseguir descobrir a razão de porque teria que viver, e passar por conflitos que tinha, saiu em busca das respostas. Deu cabeçada para todo lado. Andou de porta em porta em busca do que procurava. Mas cada vez mais encontrava dúvidas. A questão da vida para Ceres nessa época era de primordial relevância. Não sentia prazer em coisas corriqueiras que as pessoas comuns como eu e você adoramos. Dançar não era seu forte. Achava uma idiotice bailes e festas, onde pessoas se encontravam para simplesmente mostrar uma roupa nova, um namorado novo, um carro de luxo, um “papo furado”. Manifestações populares, nunca se deu conta de que existiam. Detestava quando verdadeiras massas se reunião para festejar alguma coisa. Sentia-se mal diante desses fatos. Era bem diferente de todos que conhecemos. Uma pessoa feita bichinho do mato, mas que morava em cidade. E agora, estava querendo encontrar a sua turma. Amigos e amigas fiéis nunca teve. Sempre conhecia pessoas novas, mas logo acabava o encanto. Do sexo oposto até que gostava, mas nunca deu certo com ninguém. Tipo arreitado e pouco sociável não dava muita trela para quem quer que fosse, apenas para agradar. Gostava. Se, gostava. Se não, dizia logo e pouco se importava com opiniões diferentes. Dessa parte pelo menos era de muita autenticidade. E esse era um ponto forte em seu caráter bem formado, mas já naquela época com uma certa tendência para uns afazeres menos considerados.
Na sua busca pela verdade de sua vida, conheceu muitas pessoas interessantes, e de mais valia, aprendeu muita coisa que para nós, simples mortais, não faz o menor sentido. Não vou aqui colocar o conteúdo desse aprendizado para que não entre em questão se Ceres já naquela época estava ficando meio demente. De tanto estudar teorias filosóficas, mestres em ascensão, ideais religiosos, conseguiu com muito esforço, finalizar um pensamento bem certo a respeito de como deveria ser uma conduta perfeita. Dessa forma, caminhando em sentido de obter uma nova vida, e deixando tudo que conhecia para trás, conseguiu reformular suas idéias, seus pensamentos. Usou algo para isso, que muito bem conhecemos. Para ser criado o novo, às vezes, temos que destruir as coisas que já são ultrapassadas. Em resumo, abrir espaço para novos tempos. Se criarmos a idéia de que pessoas são casas. E se imaginarmos uma única pessoa como sendo um casebre, para se construir uma mansão nesse lugar teremos que demolir o casebre com muita certeza. Esse ponto foi o crucial para Ceres. Chegando a essa conclusão, definiu suas metas e estava mesmo se direcionando para destruir por completo a pessoa antiga, Ceres. A segunda etapa era construir uma nova pessoa. A primeira etapa conseguiu fazer, mas a segunda, por ter pressa e por não ter boa orientação, acabou falhando e caindo em erro, resultando em um ser cheio de conhecimento, mas para o mesmo, não tinha nenhuma serventia. Era agora um “saco de batatas”.
Desolando-se da vida, sem forças para um recomeço, certa vez encontrando com outros vagabundos, chegou a seu conhecimento a historieta da Santa Conceição. De imediato se dirigiu para o local, ora de carona em carroceria de caminhão, ora andando, chegou em Conceção dos Altos para encontrar finalmente o “Paraíso”. Seu estado era lamentável. Sem dinheiro, sem forças para trabalhar a verdade é que já estava se acostumando com o sofrimento, e nem mais o percebia. Isso acontece com muita gente. Eu. Você. Quantas coisas são ruins e pensamos que não nos afeta. Isso porque já nos acostumamos com certos fatos, e denota nossa incapacidade de compreender o que mais nos faz mal.
Conceção dos Altos agora era o lar de Ceres. Recebia alimento de Deorani e tinha finalmente alguém, Cleomar. Louco por louco, deixemo-los para lá um pouco mais.
Ken era um exímio criador de peixe. Pelo menos de um. O seu grande peixe dourado. Ele sempre pensava que animais de estimação eram para seu encanto. Mas não imaginava que tal bichinho o fosse fazer de escravo. Não queria de maneira alguma aquele hóspede em sua casa. Mas ganhara de um amigo uma tigela com o venerável peixe dourado. Grandes amigos se tornaram. Mas Ken não se conformava de ter sido domesticado pelo sábio peixinho. O caso começou quando Ken resolveu tampar a tigela para evitar que um salto mais desastrado pudesse dar fim a vida do seu mais novo companheiro. Colocou uma toalhinha em cima da tigela, mas como o meio acabava afundando e chegando a água, colocou dois pauzinhos em cima para apoiar o tecido leve. O amigo dourado dava pequenos saltos que com a presença do novo elemento, acabava acertando com a cabeça o objeto que atravessava a tigela fazendo algum barulho. Ken para amenizar a situação corria até o recipiente e colocava alguma comida para o bicho esperto e manhoso. Acreditava assim estar resolvendo o problema. Mas, o problema começou aí. O tinhoso do peixe percebeu que poderia controlar Ken, e o fez de verdade. Todas as vezes que tinha fome, saltava de cabeça no pau e Ken saía correndo para alimentá-lo. Desse dia em diante Ken começou a ser treinado pelo peixe, e se tornando um verdadeiro escravo. Finalmente quem pensava ser o dominador, era o dominado. Vivia correndo de um canto para o outro sempre à procura de algo para passar o tempo, mas no final os dois tinham que se debater cara a cara. E cada vez mais Ken estava ficando dependente do vício do venerável amigo dourado.
Dependente mesmo estava Ceres. Em uma de suas andanças a procura pelo desconhecido, encontrou um grupo. Foi lá que começou a se danar todo. Descobriu que para certas coisas existiam caminhos mais curtos para se chegar ao objetivo desejado. Mas o preço cobrado por isso ninguém informou antes que fosse tarde. Fazia suas orações diariamente. Não tinha “mole com ele não”. Mas, certo estágio psicológico não atingia. Nesse grupo que ingressara, e por sinal o último até então, aprendeu a manipular certas substâncias para atingir determinados estágios emocionais que para ele era a mais completa novidade. Substâncias químicas em um corpo pode fazer muito estrago, e fez mesmo. Encantado-se com os resultados obtidos exagerou demais em alguns momentos no uso indiscriminado que fazia, na ânsia de obter melhores resultados. Mas a natureza não salta e como pulou etapas, se danou e dessa vez, muito mesmo. E o fim da picada foi quando resolveu usar canábis por ser mais barata e ter resultados semelhantes a outras ervas que fumava e ingeria em forma de chá. Viciado ficou. Lamentável essa situação, mas não havia mais nada que se poderia fazer. Até Ken dizia isso. Fim da picada para Ceres?

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Toda terça-feira e quinta-feira um novo capítulo

4 comentários:

  1. Jose PONTO, li e pretendo seguir lendo até o derradeiro 24º capítulo. Mas, "Meu nome é ken" pode melhorar muito em seu texto, gramática e literatura, é o que pude perceber nestes primeiros capítulos.

    A trama ainda não caminhou o suficiente para tantas incursões filosóficas e de caráter opinativa do narrador.
    Os próprios personagens, ainda sem voz própria que os garanta personalidade, ficaram até aqui a mercê de uma narrativa fraca e tendenciosa.
    Se é só para diversão, ora, que vá lá. Mas se pretende algo mais, digamos, como "mudança na história", como expôs, acho que tem muito a fazer nos próximos 20 capítulos dessa novela.

    Fica a dica!

    abraço, Jose!


    ...E tudo está na sua capacidade de escritor.

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  2. Marden, obrigado pelo comentário, escrevo por hobby, sei lá se agrada, mas escrevo, espero que goste, realmente tem muito ainda pela frente, e também concordo com vc em tudo que disse, e essa é a minha capacidade, não muita, mas é a minha. Abraços e espero que nos vejamos mais vezes.

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